Carga fiscal e pensões continuam a dificultar acordo

Objectivos anuais acertados
 
Foi a grande cedência da Grécia no plano apresentado na segunda-feira: ao nível do saldo primário aceitou a proposta que lhe tinha sido feita no início de Junho pelos credores para a trajectória de saldo orçamental primário (sem juros) nos próximos anos:   Perante o alinhamento das metas anuais para o saldo orçamental, os credores consideram muito positiva a posição grega de há uma semana. Do lado da Comissão Europeia, FMI e BCE considera-se que não havia margem para flexibilizar mais estas metas. Inicialmente os credores desejavam saldos primários de quase 5% do PIB já em 2015 e 2016.
Saldo primário de 1% do PIB em 2015, 2% em 2016, 3% em 2017, 3,5% em 2018.    

Fonte:
Propostas grega e das instituições divulgadas pelo Financia Times e Wall Street Journal
IVA continua a dividir
 
Os gregos querem arrecadar 1360 milhões de euros em 2016 com alterações no IVA, fazem questão de manter as três taxas de IVA e querem energia na taxa intermédia (contrariando os planos iniciais da troika de credores). Resumindo o plano grego:   Os credores por seu lado querem que a Grécia vá mais longe na tributação indirecta, apontando para 1800 milhões de euros de receita adicional, o que exige restauração na taxa mais alta.
Impacto orçamental de 0,74% do PIB em 2016;
IVA a 6% em materiais médicos, livros e teatro;
IVA a 13% em alimentação básica, restaurantes, hotéis, catering, energia e água;
IVA a 23%, a taxa geral para a economia.
  Impacto orçamental de 1% do PIB em 2016;
IVA a 6% em medicamentos, livros e teatro;
IVA a 13% em alimentação básica, energia e água (excluindo esgotos);
IVA a 23%, taxa geral, que inclui restaurantes, hotéis ou catering.
Alterações ao IVA poderiam ser revistas no final de 2016.

Fonte:
Propostas grega e das instituições divulgadas pelo Financia Times e Wall Street Journal
Credores querem menos impostos
 
Alexis Tsipras optou por carregar na tributação sobre as empresas para atingir as metas orçamentais e propõe:   Credores propõem menos impostos sobre empresas e querem:
Redução da despesa com defesa em 200 milhões de euros;
Aumento do IRC de 26% para 29%;
Contribuição extraordinária de 12% sobre lucros acima de 500 milhões (só em 2015);
Aumento e posterior integração da contribuição de solidariedade sobre salários no IRS normal;
Impostos sobre iates (de 10% pra 13%), anúncios de TV e jogos.
  Redução despesa com defesa em 400 milhões de euros;
Aumento do IRC para 28%;
Revisão de despesa social para poupar 0,5% do PIB;
Recusa da contribuição extraordinária sobre lucros acima de 500 mil euros;
Aumento e posterior integração da contribuição de solidariedade no IRS normal;
Impostos sobre iates (de 10% para 13%), anúncios de TV e jogos.

Fonte:
Propostas grega e das instituições divulgadas pelo Financia Times e Wall Street Journal
Não há acordo nas pensões
 
É a maior área de conflito. Gregos propõem:   Comissão Europeia, BCE e FMI querem mais garantias e rapidez:
Medidas com impacto orçamental de 1% do PIB em 2016;
Reformas implementadas em Outubro;
Aumento gradual da idade da reforma para 67 anos até 2025;
Eliminação da pensão de solidariedade entre 2018 e 2020;
Congelamento das pensões;
Aumento das contribuições para o SNS de 4% para 5%;
Subida das contribuições para Segurança Social em 3,9 pontos percentuais.
  Efeito de 0,25 a 0,5% em 2015 e 1% em 2016;
Reformas implementadas já em Julho;
Aumento gradual da idade da reforma para 67 anos até 2022;
Eliminação da pensão de solidariedade até 2019 e a começar já;
Congelamento das pensões até 2021;
Aumento das contribuições para SNS de 4% para 6%;
Manter nível das contribuições, harmonizar regras dos vários fundos e eliminar todas as excepções e benefícios já em Julho.

Fonte:
Propostas grega e das instituições divulgadas pelo Financia Times e Wall Street Journal